Inserida na programação da “Evocação de Lopes-Graça em Dezembro de 2009” tem lugar, no auditório Lopes-Graça (Canto-Firme), no Sábado 5 de Dezembro, pelas 17h00, a audição comentada da Sonatina nº 1 e do Pequeno Tríptico, duas obras para violino e piano de Lopes-Graça. A execução das duas obras estará a cargo do Duo Dópio, ficando a incumbência da sua apresentação e análise para António de Sousa.
Esta sessão é direccionada para alunos de música da Cidade e aberta ao público em geral. As obras referidas serão apresentadas à noite (21H30), no Auditório Cartaxo da Fonseca, no programa de concerto do duo Dópio, inserido na programação do Ciclo de Música Cantar Natal.
Esta duas obras de Lopes-Graça têm na sombra a memória de Augusto Mota-Lima, um dos três irmãos com importância determinante na formação para a música do compositor tomarense ao introduzi-lo, desde muito novo, nos seus serões musicais.
A Sonatina nº1, composta em 1931, é a 10ª obra (opus 10) do catálogo de Fernando Lopes-Graça. È uma obra da modernidade musical da época, numa linguagem expressionista baseada num cromatismo livre, com um elevado grau de dificuldade, tanto para o violino como para o piano.
A obra foi revista em 1951 e tem expressa uma dedicatória a Augusto da Mota-Lima.
Essa dedicatória é justificada por, durante muitos anos, Lopes-Graça ter sido o acompanhador preferido de Augusto Mota-Lima, com quem actuou, frequentemente, durante toda a década de vinte nos mais variados concertos e audições de beneficência realizados em Tomar. O nome de Augusto Mota-Lima na partitura é sinal que o compositor quis assim perpetuar tal recordação e colaboração.
Tudo indica que, Augusto da Mota-Lima nunca terá tocado em público a Sonatina que lhe foi dedicada.
O Pequeno Tríptico tem a data de 1961, ano em que Lopes-Graça adoece chegando a estar internado e, em comum com a Sonatina, tem de novo a sombra de Augusto Mota – Lima.
De facto, em 1960, nas duplas comemorações – Henriquinas e da Fundação de Tomar, Aquiles da Mota-Lima foi um dos responsáveis pela parte cultural das mesmas, tendo querido organizar um concerto só com música de Lopes-Graça.
Sobre a não realização desse concerto já dissemos o que nos aprouve sobre o assunto no post anterior.
A 10 de Março desse ano e dentro da correspondência trocada com vista à realização de tal concerto, Aquiles insinua por carta ao compositor que, para tal concerto se você tivesse uma peça para o meu irmão Augusto tocar, que não fosse muito transcendente...
A insinuação do amigo foi ordem para o compositor, como se pode concluir da leitura de uma outra carta arquivada no mesmo processo em que, com a data de 28 de Março, Augusto Mota-Lima acusa a recepção de uma música de Lopes-Graça dizendo que a vou trabalhar como melhor interesse para ver se consigo que o compositor não se arrependa de ma ter confiado. Augusto da Mota-Lima estava então já um pouco doente, não podendo dar muitas horas de atenção ao violino e, só assim se explica o pedido de Aquiles de uma obra “não muito transcendente” para o irmão, assim como os receios do mesmo ao afirmar “a ver se consigo”...
A 24 de Abril, depois de se saber que já não haveria concerto, Augusto Mota Lima escreve a Lopes-Graça agradecendo a impressionante gentileza de ter escrito o seu tríptico com prejuízo dos seus afazeres e até das exigências do seu talento para que eu pudesse colaborar no concerto.
Por aqui ficamos a saber que o Pequeno Tríptico para Violino e Piano terá sido a obra não muito trascendente solicitada por Aquiles para seu irmão para o tal concerto que, acabou por também não ser executada por Augusto no violino e Fernando no Piano.
Não deixa de ser interessante que, passado meio século, num Auditório com o nome do compositor tomarense se ouçam as duas obras em causa, bem representativas do catálago do compositor, numa evocação não só do compositor do Requiem pelas Vítmias do Fascismo em Portugal como do seu tutelar amigo, Augusto da Mota-Lima, saudoso e importante violinista tomarense.
Trata-se de mais uma pequena estória de vida em torno de Fernando Lopes-Graça, o mais representativo compositor português do século XX onde, mais uma vez, o o local e o universal se tocam e confundem.
Esta duas obras de Lopes-Graça têm na sombra a memória de Augusto Mota-Lima, um dos três irmãos com importância determinante na formação para a música do compositor tomarense ao introduzi-lo, desde muito novo, nos seus serões musicais.
A Sonatina nº1, composta em 1931, é a 10ª obra (opus 10) do catálogo de Fernando Lopes-Graça. È uma obra da modernidade musical da época, numa linguagem expressionista baseada num cromatismo livre, com um elevado grau de dificuldade, tanto para o violino como para o piano.
A obra foi revista em 1951 e tem expressa uma dedicatória a Augusto da Mota-Lima.
Essa dedicatória é justificada por, durante muitos anos, Lopes-Graça ter sido o acompanhador preferido de Augusto Mota-Lima, com quem actuou, frequentemente, durante toda a década de vinte nos mais variados concertos e audições de beneficência realizados em Tomar. O nome de Augusto Mota-Lima na partitura é sinal que o compositor quis assim perpetuar tal recordação e colaboração.
Tudo indica que, Augusto da Mota-Lima nunca terá tocado em público a Sonatina que lhe foi dedicada.
O Pequeno Tríptico tem a data de 1961, ano em que Lopes-Graça adoece chegando a estar internado e, em comum com a Sonatina, tem de novo a sombra de Augusto Mota – Lima.
De facto, em 1960, nas duplas comemorações – Henriquinas e da Fundação de Tomar, Aquiles da Mota-Lima foi um dos responsáveis pela parte cultural das mesmas, tendo querido organizar um concerto só com música de Lopes-Graça.
Sobre a não realização desse concerto já dissemos o que nos aprouve sobre o assunto no post anterior.
A 10 de Março desse ano e dentro da correspondência trocada com vista à realização de tal concerto, Aquiles insinua por carta ao compositor que, para tal concerto se você tivesse uma peça para o meu irmão Augusto tocar, que não fosse muito transcendente...
A insinuação do amigo foi ordem para o compositor, como se pode concluir da leitura de uma outra carta arquivada no mesmo processo em que, com a data de 28 de Março, Augusto Mota-Lima acusa a recepção de uma música de Lopes-Graça dizendo que a vou trabalhar como melhor interesse para ver se consigo que o compositor não se arrependa de ma ter confiado. Augusto da Mota-Lima estava então já um pouco doente, não podendo dar muitas horas de atenção ao violino e, só assim se explica o pedido de Aquiles de uma obra “não muito transcendente” para o irmão, assim como os receios do mesmo ao afirmar “a ver se consigo”...
A 24 de Abril, depois de se saber que já não haveria concerto, Augusto Mota Lima escreve a Lopes-Graça agradecendo a impressionante gentileza de ter escrito o seu tríptico com prejuízo dos seus afazeres e até das exigências do seu talento para que eu pudesse colaborar no concerto.
Por aqui ficamos a saber que o Pequeno Tríptico para Violino e Piano terá sido a obra não muito trascendente solicitada por Aquiles para seu irmão para o tal concerto que, acabou por também não ser executada por Augusto no violino e Fernando no Piano.
Não deixa de ser interessante que, passado meio século, num Auditório com o nome do compositor tomarense se ouçam as duas obras em causa, bem representativas do catálago do compositor, numa evocação não só do compositor do Requiem pelas Vítmias do Fascismo em Portugal como do seu tutelar amigo, Augusto da Mota-Lima, saudoso e importante violinista tomarense.
Trata-se de mais uma pequena estória de vida em torno de Fernando Lopes-Graça, o mais representativo compositor português do século XX onde, mais uma vez, o o local e o universal se tocam e confundem.
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