terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Silvas de investigações musicológicas tomarenses

[ Um dos objectivos da Casa Memória é divulgar factos musicais que de alguma forma se possam ajudar a um melhor conhecimento sobre o compositor tomarense ]

A primeira noticia sobre um Mestre Capella na Santa Casa da Misericórdia de Tomar data de 1818 e versa a situação de doença crónica de Frei João da Silva (livro 113) o qual por esse motivo seria substituído nas suas obrigações e nos seus impedimentos por Frei Nuno Cláudio da Costa Lopes que, continuando ainda a acumular com o cargo de capelão da Capela de Feliciana Gertrudes Rita Suzana, passava a ganhar metade do ordenado de Frei João Silva enquanto aquele fosse vivo mesmo que impedido para a função.

Em 20 de Julho de 1820 existe ainda uma referência à renovação do contrato de Padre Capelão, Mestre da Capella e empregado desta Casa a respeito do mesmo Frei João da Silva (pág. 5 do Livro de despesas) com quem se estabeleceram as seguintes condições contratuais:

Primeiro: Aprontar a Missa de Nossa Senhora, todos os Sábados, que de ora em diante deverá, sem falência, ser cantada na forma do costume, às oito e meia horas de 21 de Março até 21 de Setembro, às 9 e nunca deverão ser menos de três Padres à estante.

Segundo: Aprontar às tardes da Quaresma, sempre que haja sermão, com eloquente música de vozes e bem aquela decência que o acto pede.

Terceira: Acertar e aprontar a competente música de Vozes para os nove dias de Novena e no dia da Procissão dos Passos também com a possível decência aprontando a música mesmo para instrumental no caso da Meza lho ordenar, entendendo-se que aos músicos de instrumental fica a Meza obrigada a pagar-lhes e ao Mestre Capela pertence falar-lhes como lhe for ordenado.

Quarta: Aprontar em Quinta-Feira Santa a missa cantada e a procissão à noute com a sua competente música.

Quinta: finalmente assistir à Festa da Visitação a Santa Isabel, quando a Meza queira fazer algum arranjo da música ser obrigação sua fazê-lo ficando a receber em dinheiro pago em quantia e de vinte reis e de alqueires de trigo pago na ocasião e isto anualmente.

Segundo o Livro dos Compromissos da Misericórdia, a Santa Casa da Misericórdia de Tomar tinha de ter um Mestre Capela que (artº 109 do 4º), para além das obrigações já citadas tinha de assistir a todas as festividades ordinárias e extraordinárias, que se fizerem na Capella, preparando a música necessária e falando aos músicos que a executam.

Em 1833, já era Mestre da Capella o Padre Nuno Cláudio da Costa, que assim passou a ganhar de ordenado em dinheiro 20$000 tendo 20 Alqueires de Trigo, soma e porção que se irá manter durante todos os registos conhecidos de outros Mestres Capela ao longo do século XIX.
.
O Mestre Capela seria ainda obrigado a fazer arranjos da música quando solicitado pela Meza.
Dos dados assim recolhidos pode-se desde já registar que todos os Sábados se realizava música litúrgica durante uma missa cantada, com pelo menos três padres à estante, isto é, padres a cantar por partitura, que na quaresma se realizava ainda música de vozes, isto é, música coral e que por vezes se fazia música mesmo para instrumental, escrita propositadamente para o efeito e cujos músicos eram contratados pelo Mestre Capela.

São assim claras as referências a música coral polifónica e a música coral-sinfónica durante o século XIX na Santa Casa da Misericórdia de Tomar.

Para além de todas estas suas obrigações, o Mestre Capella tinha de assistir a todas as festividades ordinárias e extraordinárias que se fizerem na Capella, preparando a música necessária e falando aos músicos que a executam.

Da Capela, no sentido de organização musical, existe referência ao material presente no Coro Alto da Igreja da Capela da Misericórdia, no qual surge uma importante alusão, em 1846, à existência de um órgão colocado no coro o qual veio do extinto Convento de Cristo.

Trata-se do órgão positivo que neste momento (2010) se encontra há uma série de anos para restauro e que, afinal, não é outro senão o positivo amplamente referenciado noutros escritos acerca da Charola do Convento de Cristo.

Para além do órgão registe-se ainda a existência de um banco de encosto pintado d’azulado em bom uso, duas estantes para cantochão para além de várias estantes para músicos.

Dos Mestres-Capela da Santa Casa da Misericórdia de Tomar, para além de Frei João da Silva e do Padre Nuno Cláudio da Costa, há que referenciar como talvez o mais importante o Padre Afonso Vito de Lima Velho, a merecer tratamento específico no futuro. António de Sousa


aniversário de lopes-graça - "As sete lembranças para Vieira da Silva"

Um quinteto de sopros constituído pelos jovens Ricardo Alves - flauta, Joel Vaz - oboé, Filipe Pereira - clarinete, Gonçalo Pereira - fagote e Tiago Leal - Trompa realizaram, no próprio dia de aniversário do Lopes-Graça, a apresentação da obra "Sete lembranças para Vieira da Silva". O local escolhido foi o próprio palco do Cine-Teatro Paraíso, em respeito pelo caracter intimista da obra. O público, cerca de meia centena, ocupou todo o espaço que lhe era reservado. O concerto teve uma obra de Gustav Holst como introdução, a que se seguiu a apresentação das "Sete Lembranças para Vieira da Silva" por António de Sousa, numa perspectiva de enriquecimento da própria audição da obra que se seguiu. Assim, fez-se a contextualização sócio-comunicativa da lingugem utilizada descrevendo-se algumas das posições de Lopes-Graça sobre as novas correntes músicais do século XX, descreveu-se a linguagem atonalista enquadrada na 2ª Escola de Viena para, finalmente, se realizar a análise estrutural da partitura e respectivas técnicas de composição utilizadas, enriquecida com exemplos musicais fornecidos por fragmentos o propostos da obra, executados pelo próprio quinteto como auxiliares do discurso analítico. Seguiu-se a interpretação integral, de muito bom nível, das "Sete Lembranças para Vieira da Silva" pelo jovem (o que é de realçar...) quinteto. O ano passado foram apresentadas e analisadas, pelo mesmo processo, obras para violino e piano. Segundo as opiniões recolhidas trata-se de um modelo interessante e vivo de divulgação pedagógica da obra do compositor tomarense que se pretende continuar. O concerto terminou com a apresentação de uma pequena obra deum outro aluno de Luís de Freitas Branco (tal como o próprio Lopes-Graça) - Joly Braga Santos.

Balanço de mais um aniversário de lopes-Graça "Música ao entardecer"

Finalmente! Conseguiu-se uma audição de piano na Casa Memória Lopes-Graça. Tentou-se que fossem três as audições a ocupar a Casa Memória durante a semana com alunos e encarregados de Educação das Escolas de Música da Cidade mas só uma se conseguiu, na Quinta-Feira dia 16 de Dezembro. Digamos que já foi muito bom. Foram algumas as dezenas de pessoas que assim visitaram a Casa Memória pela primeira vez, entre alunos, suas familias e amigos e deu gozo ver o ar nervoso dos (muito) jovens pianistas da classe da Professora Gláucia Leal, a sentirem o peso de tocarem na casa onde nasceu um dos maiores génios da música portuguesa. Por aquilo que escreveram no livro dos visitantes gostaram! Esperemos agora que voltem. Breve publicaremos as fotografias.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Evocação de Lopes-Graça no seu Aniversário (2011)


“Lopes-Graça em Viena” na Casa Memória Lopes-Graça
Quinta – Feira, 16, 21h30

“Lopes-Graça em Viena” é o título de um das dezenas de programas de Televisão da série “A Música e o Silêncio” da autoria de António Vitorino de Almeida.
António Vitorino de almeida, sabendo que Lopes-Graça se encontrava em Belgrado propõe-lhe um salto a Viena, cidade que sabia Lopes-Graça nunca ter visitado.
O Programa acaba por ser uma visita guiada por Viena pelo então adido cultural da embaixada portuguesa aos locais mais emblemáticos dos compositores românticos que ali viveram. Visitam-se casas, jardins, estátuas, teatros e salas de concertos onde existem referências a Bruckner, Schubert, Brahms, Haydn, Mozart, Beethoven e Schoenberg e onde se ouvem dois dos maiores vultos da música portuguesa do século XX a conversarem sobre Portugal, Música portuguesa e europeia.
Na evocação a Lopes-Graça e por gentileza dos arquivos da RTP, pretende-se no conforto da Casa-Memória Lopes-Graça (boas cadeiras e ar condicionado…) visionar este programa contextualizando algumas das opiniões apresentadas no filme em ambiente de tertúlia e serão.
Será no dia 16 de Dezembro (Quinta-Feira), pelas 21h30 e as entradas serão livres.

Quinteto de Sopros
Cine-Teatro Paraíso, 17 de Dezembro, 21h30

Nas obras de Lopes-Graça dos anos 60, vários são os exemplos do afloramento dos limites do universo tonal.
Na sequência das 14 Anotações para quarteto de cordas, Lopes Graça escreve duas obras para quinteto de sopros (Flauta, Oboé, Clarinete, Trompa e Fagote) – “O túmulo de Villa Lobos” e “Sete lembranças para Vieira da Silva”, cuja orientação se mantém voltada para uma certa neutralização de tonalidade através da pequenas estruturas, seguindo de perto a linguagem da Segunda Escola de Viena.
Ao contrário do anunciado e por razões que não vêm ao caso, será “Sete lembranças para Vieira da Silva” a obra a apresentar, numa primeira vez enquadrada e analisada por pequenos excertos que possam contribuir para a audição mais consciente, que se lhe segue, na sua apresentação integral.
As “Sete lembranças para Vieira da Silva” é uma obra escrita em 1966 que teve a sua primeira audição em 1971, na Academia de Amadores de Música.
Obra intimista, com elevado grau de dificuldade de execução, será apresentada no palco do Cine-Teatro Paraíso, no dia 17 de Dezembro, data do aniversário do compositor, pelas 21h30, por um quinteto de sopros especialmente formado para esta efeito. A entrada é livre.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Repertório da Banda Regimental do R.I 15. 1913-1923 A música que Lopes-Graça ouviu



No Coreto da Várzea Pequena, em Tomar, às Quintas e Domingos, apresentava-se aos tomarenses a Banda Regimental numa programação publicada semanalmente na imprensa local.
Os Lopes da Graça como as crianças da época, não perdiam nenhum concerto aproveitando o ambiente de festa que o "passeio público" lhes proporcionava. Entre 1913 e 1923 era Maestro da Banda Regimental do R.I. 15 o Maestro tenente António Rocha, militar natural do Norte do País que assentou praça em Viana do Castelo tendo mais tarde ingressado na Banda da Guarda Nacional Republicana de que foi Sub- Chefe em 1912. Esteve em Tomar até final de carreira, indo mais tarde para Lisboa onde viria a falecer em 1935. Foi também este tenente Rocha quem pôs Lopes-Graça, enquanto aluno da Escola Primária, a cantar pela primeira vez em Coro. Nas Recordações em Dó Maior o compositor recorda todas estas vivências.
Na Exposição "A Divina Arte em tempo de mudança" presente na Casa Memória colocou-se um apanhado das principais obras do romantismo europeu que a refirida Banda apresentou ao longo dos anos e que Lopes-Graça ouviu com toda a certeza, a saber:

Jules Massenet (1822-1844): Werther, Scènes Navarraise, Le Roi de Lahore; Scène Pittoresque; Le Cid; Parade Militaire

Giacomo Meyerbeer (1791 -1864): Marche aux Flambeaux,
Gioachino Rossini (1835-1868): Abertura de Guizalhem Tell; Abertura do Barbeiro de Sevilha
Saint-Saens (1835-1921): Sanson et Dalilla

Ludwig van Beethoven (1770-1827): Abertura de Egmont; Abertura de Prometheus; 3ªSinfonia
Richard Wagner (1813-1883): Abertura do Navio Fantasma; Abertura do Tannhauser; Abertura do Rienzi; Selecção da Walkirie; Trechos de Lohengrin; Trechos de Tannhauser:

Giuseppi Verdi (1813-1901) : Aberturas do Rigoleto, Abertura da Traviata; Abertura da Aida; Un Ballo in Maschera;
Giacomo Puccine (1858-1924) Tosca; Boheme

R. Leoncallo (1858-1919) : Os Palhaços

Franz Liszt (1811-1886) : 2ª Rapsodia Húngara

Modest Mussorsky (1839-1881): Boris Gudunov

Johannes Brhams (1833-1897): Danças Hùngaras nº 5 e 6

Bernhard Weber (1740-1816): Invitation a la Valse

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Evocação de Lopes-Graça no seu aniversário


Evocação no Aniversário de Lopes – Graça

A 14, 15 e 16 - 18 horas - Música ao entardecer - Audições públicas de piano por classes das Escolas de Música da cidade na Casa Memória.

Quinta-16 “Lopes-Graça em Viena” Apresentação comentada de um programa de Televisão “A Música e o Silêncio” de 1978, de António Vitorino de Almeida na Casa Memória

Sexta 17 - 21h30 - Concerto de Quinteto de Sopros com a presentação da obra “O túmulo de Villa Lobos” – analisada e comentada por António de Sousa - Cine-Teatro Paraíso


A data do nascimento de Lopes-Graça, 17 de Dezembro, será sempre ocasião para evocação da sua obra na Casa onde habita a memória do compositor e tomarense.
Este ano, as actividades de evocação de Fernando Lopes-Graça serão essencialmente centradas na casa da Rua Joaquim Jacinto, nº25.
Em primeiro lugar, ao longo da semana com a actividade “Música ao entardecer”, desafio a jovens pianistas tomarenses para fruição do instrumento que ali se encontra ao seu serviço fomentando, em simultâneo, a presença de colegas, amigos e familiares em lugar tão musicalmente telúrico.
Na Quinta-Feira, à noite, realiza-se (pela segunda vez em Tomar) a apresentação comentada de um pequeno filme com a primeira visita que Lopes-Graça realizou a Viena de Áustria (1978), com Vitorino de Almeida como cicerone, onde percorrem e comentam locais e casas ligadas à história da música ocidental.
Á noite, no Cine-Teatro Paraíso, será a vez da apresentação de um concerto com um quinteto de sopros onde será apresentada uma obra de Lopes-Graça para aquela formação, analisada e apresentada em fragmentos previamente, antes da sua audição integral em concerto.
A Casa – Memória, tal como o Cine-Paraíso têm ar-condicionado e as entradas são livres.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Tocar piano na Casa Memória Lopes-Graça


No primeiro andar da Casa Memória Lopes-Graça, na Rua Dr. Joaquim Jacinto, existe um pequeno piano acústico de estudo. Fernando Lopes-Graça foi, ele próprio, emérito pianista fazendo por isso todo o sentido que na casa que pretende honrar e valorizar a sua memória, habite um espécime do seu instrumento musical de trabalho.

Consultando o livro de registos de visitas da Casa Memória, pode-se verificar que visitantes das mais variadas partes ali deixam registado a emoção sentida ao tocarem piano, segundo as suas possibilidades, num local tão telúrico e emblemático como a casa que viu nascer o grande compositor e intelectual português.

Seria bom que também os tomarenses, desde professores a alunos de piano, pianistas amadores e outros, no horário de funcionamento da Casa Memória dessem vida sonora ao instrumento que (também) se encontra à sua disposição, quer para estudo regular, quer para simplesmente fruir do prazer de fazer música na casa que viu nascer um dos maiores pianistas e compositores portugueses do século passado.

Para além deste piano, recorde-se que qualquer pianista ou melómano interessado também poderá encontrar um já vasto acervo de partituras de piano, não só do compositor tomarense, como de alguma da literatura universal pianística

Paralelamente, poder-se-á consultar um vasto acervo de fotografias de Tomar e do compositor, ouvir música, ler livros e revistas ou consultar outra documentação em torno da vida e obra de Fernando Lopes-Graça.
Assim se pretende, não só honrar a memória do compositor tomarense, como contribuir para uma progressiva revitalização do centro histórico.





segunda-feira, 24 de maio de 2010

Eurico Carrapatoso na Casa Memória de Lopes-Graça

Estou na Casa Memória. Estou emocionado. Fernando Lopes-Graça, o meu cicerone de Tomar e da minha própria mundividência, "Tem qualquer coisa de mastro, tem qualquer coisa de sal, saber que existe sossega. Tal como no mar, o farol, espanta que seja real."
Eurico Carrapatoso.
No dia 23 de Maio, antes do concerto de José Eduardo Martins.

A Medalha nº 2/50 da Casa Memória Lopes-Graça para José Eduardo Martins

Assinalando o concerto realizado no Cine - Teatro (23/5)onde se ouviu (pela 1ª vez em Tomar...) o Canto de Amor e de Morte e o Ciclo de Músicas Fùnebres, o Grande Pianista e Professor brasileiro, José Eduardo Martins escreveu estas palavras no Livro das Medalhas da Casa Memória:

Excelso Lopes-Graça, Estímulo maior para a trajectória de um intérprete. Nós, executantes, somos corredores de estafeta. O Compositor de méritos, o criador extraordinário, este, é o marotonista a correr maratona sem fim, a atravessar os séculos, em comunhão com o universo. Com a maior gratidão a tudo que Lopes-Graça representa para este pianista, José Eduardo Martins

terça-feira, 18 de maio de 2010

Os Laureados 2010 com a Ministra da Cultura

Depois do concerto a fotografia em festa

Texto da Ministra da Cultura in Livro de Honra da Casa-Memória Lopes-Graça

Linda homenagem em nome da memória do grande Fernando Lopes-Graça, que para além de ter sido o farol que nos iluminou na música do século XX, também foi um homem por inteiro, com espírito cívico, humanista e intelectual, que nos serve, hoje e sempre, de referência !
Gabriela Canavilhas (16/5/2010)

Premiados do V Concurso Lopes-Graça - Disciplina de Piano

Prémio Lopes-Graça
- Filipa Soraia Mendes Cardoso

Nível Superior

- 1ª Prémio - Filipa Soraia Mendes Cardoso
- 2º Prémio – Ana Beatriz Rebocho Ferreira

Nível Médio

- 2º Prémio – Marisa Reis Silva

Nível Básico - A

- 1º Prémio – Inês Filipe Bento Heitor

Nível Básico B

- 1º Prémio – Ecterina Popa
- Menção Honrosa – Francisco Oliveira Guedes Seabra

- Diploma de finalista (nível superior) –

Phillipe Manuel Vicente Marques

segunda-feira, 17 de maio de 2010

José Eduardo Martins toca Lopes-Graça Cine-Teatro - dia 23 de Maio - 17h30

Programa:

Cosmorame
Canto de Amor e de Morte,
Músicas Fúnebres
Música de Piano para Crianças.

Tendo estado este Mês na Bélgica Flamenga a gravar obras de Lopes-Graça, José Eduardo Martins aproveitou esta sua viagem à Europa para nova pequena tournée por Portugal, onde fez questão de incluir a terra-natal do compositor Fernando Lopes-Graça, bem como a sala onde o compositor tomarense tantas vezes tocou.
Para além da primeira audição integral de Músicas Fúnebres, neste concerto, será apresentado em primeira audição, Canto de Amor e de Morte, versão para piano, num manuscrito descoberto por Romeu Pinto da Silva cuja cópia foi entregue a José Eduardo Martins em Junho de 2009 que, ao realizar o estudo comparado com as duas versões conhecidas – a de câmara e a de orquestra, comprovou que, não só a obra estava completa como na sua opinião – estamos diante de uma das mais importantes criações para piano da segunda metade do século XX num plano mundial.
.
Cosmorame (cuja primeira audição se realizou em Tomar no ano transacto...) e Música de piano para Crianças completam o programa deste concerto que será assim um concerto histórico a que Tomar vai ter a honra de assistir.

Terminou em beleza o V Concurso Lopes-Graça - Disciplina de Piano

Com a presença da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, terminou o V Concurso Lopes-Graça - Disciplina de Piano . A Ministra visitou a Casa Memória Lopes-Graça, onde se inteirou dos seus objectivos e modo de funcionamento, assinou o Livro de Honra e recebeu a placa nª1/50 da instituição (lançada para a ocasião...), para além de ter convivido e conversado com os membros do Júri, seus companheiros da mesma arte. Já no Cine-Teatro, ladeada pela Directora do Concurso e pelo Presidente da Câmara teve a oportunidade de ouvir os laureados, num concerto de elevao nível artístico, tendo na ocasião proferido palavras de encorajamento, tanto para os conrrentes como para a autarquia na espinhosa missão que abraçou de divulgar e promover a música de Lopes-Graça. Antes de divulgarmos os pormenores deste V Concurso honrando participantes e Júri, há que gritar que Viva o VI COnucurso Lopes-Graça Disciplina de Piano - 2012!!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

A Imagem do som (nos registos em vinil de Lopes-Graça) - 12 de Maio

O disco é um objecto cultural, produzido para uma comunicação artística autónoma em cuja manufactura participam especialistas não só da arte dos sons como da imagem.

Fernando Lopes-Graça, na sua carreira de compositor manteve sempre um estreito relacionamento com outras linguagens artísticas, especialmente a literária e a plástica.

Esse relacionamento nota-se nos registos sonoros da sua discografia histórica.
Em cada registo de um opus seu, a capa, o texto de análise e o conteúdo musical, acabam por constituir um todo de cumplicidade artística, independentemente da linguagem utilizada.
Em cada disco, o conteúdo musical é também descrito em forma de linguagem verbal e visual, as quais implicam uma comunhão estética coerente com a obra musical de que emanam.

È o reconhecimento dessa busca de coerência entre categorias estéticas, a proposta de leitura desta exposição.

Expostas ficam as palavras e as imagens correspondentes aos ambientes sonoros de cada disco, activando leituras que contribuam para uma curiosidade estética pela música de Fernando Lopes-Graça.

Quem não busca não encontra! (Schoenberg).

quinta-feira, 29 de abril de 2010

V Concurso Lopes-Graça - Cine-Teatro -5ªFeira, 13 de Maio, 21h30 Concerto de abertura com mensagem


A assinalar o inicio do V Concurso Lopes-Graça Disciplina de Piano vai-se realizar, pela primeira vez, um concerto de piano de abertura - Momentos Musicais.
Deseja-se um concerto específico, porque produzido com a participação de laureados em anteriores Concursos Lopes-Graça, aos quais se juntam membros do júri, num espírito artístico de certo sabor comunitário, essencialmente pedagógico para os concorrentes deste ano e formativo para o público em geral.
Uma vez que, neste concerto de abertura, toda a programação assenta em pequenas intervenções de repertório bastante livre aberto, num número de participantes indefinido à partida, resolveu-se crismá-lo como “Momentos Musicais”.
Logo na sua concepção, em certa medida, este concerto tem uma componente de mensagem, senão vejamos:
Honrando o pensamento de Fernando Lopes-Graça – Disciplina de Piano, –que sempre sustentou que a universalidade na música só se alcança com a profunda qualidade da técnica e estética nacional, no regulamento do concurso incluíram-se obras de compositores que já alcançaram a universalidade no repertório europeu em paridade com a literatura pianistica portuguesa.
Por outro lado, emana dos objectivos deste concurso a intenção de incentivar alunos e professores da Rede Nacional de Ensino Artístico, para a pesquisa e estudo de obras de compositores portugueses e para a prática do repertório para piano de Fernando Lopes – Graça, objectivos estes que têm acarretado alguma dificuldades de penetração em muitos meios escolares e académicos.
O Sistema de Ensino Musical Português, no que ao piano diz respeito, atravessa uma fase em que a sua expansão tem obrigado à contratação de professores estrangeiros ou de portugueses que fizeram os seus estudos no estrangeiro provocando, frequentemente, um natural desconhecimento ou mesmo apoucamento da literatura pianistica portuguesa. È notório que a maioria dos programas de piano das nossas Escolas de Música passam ao lado da execução de obras de compositores portugueses nos vários níveis de Ensino.
São estes factos que nos fazem alongar os parâmetros e objectivos do concurso a este concerto de abertura. Será ele um espaço de encontro de pianistas que de alguma maneira contribuíram para a construção desta consciência, ajudando com a sua participação em pequenos momentos musicais, por um lado na construção de um espaço de debate sobre estas questões e, por outro, na passagem de testemunho a novas gerações de concorrentes.
Será esta a mensagem deste concerto.

Na semana seguinte ao concurso, no Domingo 23 de Maio pelas 17H30, teremos um concerto com o pianista brasileiro José Eduardo Martins, só com obras de Lopes-Graça, onde se inclui a primeira audição (entre outras) do Canto de Amor e de Morte em versão para piano no memo Cine-Teatro onde se estreou a primeira obra para piano do compositor Fernando Lopes-Graça (1928), num aprofundar dos objectivos e dos parâmetros do Concurso Lopes-Graça disciplina de Piano.
Por isso aqui se recorda e agenda:
Momentos Musicais (abertura do concurso) – Cine-Teatro, 13 de Março . 21h30
Samuel Lercher – 5 Prelúdios de Armando José Fernandes
Inês Andrade – Fantasia opus 49 em fá menor – Frederic Chopin
Luis Duarte – 5 embalos – Fernando Lopes-Graça
Jaime Mota e Fausto Neves – Petite Suite – (I – En Bateau. II – Cotége: III- Minuet. Iv – Ballet) Debussy –

Concerto dos Laureados(encerramento do concurso) – Cine-Teatro, 16 de Maio, 17H30
- Obras a executar pelos premiados nos vários escalões do V Concurso Lopes-Graça

Concerto de José Eduardo Martins, Cine-Teatro, 23 de Março, 17H30
- Todas as obras de Lopes-Graça
I Parte // II Parte
Cosmorame, Canto de Amor e de Morte// Música de Piano para Crianças, Músicas Fúnebres

sábado, 17 de abril de 2010

V Concurso Lopes-Graça disciplina de piano - Programa geral


-
Quarta - Feira, 12, 18H00 - Casa Memória Lopes-Graça
-Inauguração da Exposição-As imagens do Som-nos registos em vinil da musica de LG

Quinta - Feira, 13, 21H30, Cine-Teatro
- Sessão solene de Abertura do Concurso - Momentos Musicais de piano
participação de anteriores laureados do Concurso

Sexta - Feira, 14, 15H00 - Auditório da BM Cartaxo da Fonseca
- Eliminatórias do Concurso

Sexta-Feira, 14, 21h30, Nabantina,
- Prosas enGRAÇAdas - Visionamento em DVD de um Programa “Música e o
Silêncio” intitulado “Lopes-Graça em Viena” (1978) de António Vitorino de Almeida
comentado pelo próprio...

Sábado, 15, 10h00 e 15h00, Auditório da BM Cartaxo da Fonseca,
- Finais do Concurso
Sábado, 15, 21h30, Casa Memória Lopes-Graça
- Prosas enGRAÇAdas - Colóquio sobre música portuguesa século XX
em ambiente de tertúlia com o Mário Vieira de Carvalho

Domingo, 16, 17H00, Cine-Teatro,
- Sessão de encerramento Entrega de Prémios e Concerto dos Laureados
com a presença da Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas.

Abertura do V Concurso Lopes-GraçaMomentos Musicais

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Ministra da Cultura presente no Concerto dos Laureados -16 de Maio -

A Ministra da Cultura, Grabiela Canavilhas, acaba de aceitar o convite que lhe endereçou o Presidente da Câmara de Tomar, Dr. Corvelo de Sousa, para presidir à entrega de prémios no Concerto dos Laureados do V Concurso Lopes-Graça – Disciplina de Piano

A dignidade do esforço para a divulgação da obra de Lopes-Graça por parte da autarquia tomarense, através da Casa Memória Lopes-Graça, conta assim com um importante sinal de concordância e apoio por parte da tutela cultural do Estado.

Naturalmente que a presença da Ministra da Cultura no Concurso Lopes-Graça Disciplina de Piano compreende a professora e insigne pianista, o que apenas vem realçar a importância artística do evento bem como a honra sentida por todos os tomarenses com a sua presença. Viva!

Prosas enGRAÇAdas

Foi o título encontrado para apelidar conferências em ambiente de tertúlia, tendo a figura do compositor tomarense como fundo e realizadas a partir da casa memória.
As primeiras “prosas enGRAÇAdas” fazem parte da programação do V Concurso Lopes-Graça – Disciplina de Piano. Serão realizadas à noite, enquanto espaço de música falada, aberta ao público em geral mas dirigida a alunos de música e melómanos. No V Concurso Lopes-Graça, nos dias 14 e 15 de Maio, pretende-se partir de comunicações de especialistas em Lopes-Graça ou da música portuguesa do século XX, para um espaço de diálogo enriquecedor e desanuviante.
No fundo, aponta-se para que a Casa Memória possa também ser um local para troca de conhecimentos e, fundamentalmente, de divulgação da obra e vida de Fernando Lopes-Graça num ambiente de tertúlia.
Para já, deseja-se que a força telúrica do espaço que viu nascer o compositor Fernando Lopes-Graça, se possa transmitir à comunidade musical envolvida no V Concurso Lopes-Graça – Disciplina de Piano, através de um convívio artístico, musical e intelectual.
E isto como base para a construção do futuro das actividades da Casa Memória Lopes-Graça.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Um piano (também) para estudo na Casa Memória

No horário de funcionamento da Casa Memória, passa a estar à disposição dos alunos de piano do Ensino Vocacional de Música da cidade, um piano acústico vertical, o qual poderá servir para estudo, em horários pré-combinados, a solo ou em música de câmara.
Pretende-se por um lado que a casa onde nasceu o compositor seja quotidianamente habitada por prática musical e, por outro lado, prestar um serviço a jovens músicos que necessitem de instrumento e local com bom ambiente para prática musical, contribuindo para o enriquecimento da própria vida musical na cidade de Tomar.
Aguardando-se que em breve a antiga Rua Nova fique vedada ao trânsito automóvel, a música de piano que passará a irradiar do número 25 será um contributo não só para o bom ambiente naquela Rua, como para revitalização daquela zona do centro histórico. È preciso notar que hoje a maioria da população habita a zona “além das pontes”, o que tem provocado a deslocação da maioria dos serviços, significando que a maioria das crianças e dos jovens tomarenses acaba por raramente se deslocar ao centro histórico.
O piano, os livros, os filmes e os discos que se vão reunindo na Casa Memória Lopes-Graça poderão vir a constituir, a pouco e pouco, importante factor de atracção e educação dos mais jovens, assim como condição para o seu maior e melhor conhecimento do centro histórico da sua cidade.

O Fernando Lopes ao piano no Hotel Nabão

quinta-feira, 18 de março de 2010

Cine-teatro - 23 de maio José eduardo Martins - Canto de Amor e Morte versão de piano

Em Maio próximo, o pianista e musicólogo brasileiro José Eduardo Martins estará na Bélgica Flamenga a gravar dois CDs contendo obras de Fernando Lopes-Graça - "Cosmorame" que apresentou em Tomar no ano transacto, "Canto de Amor e de Morte" e "Músicas Fúnebres". Sendo um dos mais importantes intérpretes do repertório pianistico português, aproveitará esta sua viagem à Europa para nova pequena tournée por Portugal tendo tido a amabilidade de incluir a terra-natal do compositor Fernando Lopes-Graça.
Nesta sua nova gravação destaca-se o Canto de Amor e de Morte, que na "Tábua Póstuma da obra musical de Lopes-Graça" iniciada pelo compositor, concluída e acrescentada por Romeu Pinto da Silva (Caminho; 2009) é o opus 140 com direito à seguinte nota:
“começou por ser uma peça para piano solo que o compositor decidiu inutilizar, logo após a conclusão da versão de câmara, com o intuito de impedir a sua execução futura. Mas, talvez por esquecimento, não consumou a destruição da partitura que foi encontrada intacta em 1994 pelo próprio Lopes-Graça(…). Em 1962 o compositor viria a produzir uma terceira versão de Canto de amor e de morte, desta vez para grande orquestra, que considerou, não como uma orquestração da anterior versão de câmara, mas como uma nova obra (opus 151)".
O Canto de Amor e Morte com o autógrafo Lisboa, 1961, é uma obra chave e charneira na carreira do compositor. Por um lado, porque 1961 é o ano da morte de seu pai, facto que provocou no compositor uma depressão reactiva. Lopes Graça acabaria por ser internado na clínica “Dr. Henrique Moutinho”, onde se submeteu a um tratamento de intenso repouso, sem visitas, antes de um período de convalescença em Mafra, na casa de seu irmão José.
Por outro lado, porque "Canto de amor e de morte" é no dizer de Jorge Peixinho (AEFD, 1966) “a obra mais consequente e coerente na relação entre os diversos níveis de organização que a música portuguesa, com toda a sua verosimilhança, terá alguma vez logrado.”
È nesta dialéctica de factores artísticos, técnicos e afectivos que é gerado o "Canto de amor e morte”, obra onde o diatonismo e o cromatismo da linguagem musical do compositor tomarense são resolvidos no âmbito de um ainda contexto tonal levado às suas últimas consequências.
Em Junho de 2009, Romeu Pinto da Silva enviou uma cópia do manuscrito do "Canto de amor e morte" a José Eduardo Martins, solicitando-lhe que fizesse a sua análise e apreciação. Pelo estudo comparado com as duas outras versões (de câmara e de orquestra), José Eduardo Martins comprovou que, não só a obra está completa, como na sua opinião – "estamos diante de uma das mais importantes criações para piano da segunda metade do século XX num plano mundial".
José Eduardo Martins, neste concerto, guarda-nos uma outra primeira audição de Lopes-Graça: A integral das músicas fúnebres (opus 225), escritas entre 1981 e 1991,com a particularidade de a última (número 9) ser “Um saudoso adeus distante para Louis Saguer”, compositor e amigo de Lopes-Graça (que dirigiu o Coro da Academia de Amadores de Música durante a doença de Lopes-Graça, em 1961) e que foi tão só o professor de José Eduardo Martins, em Paris, precisamente por indicação de Lopes-Graça.
São estas algumas das obras que Tomar terá a honra de ouvir, na interpretação de uma dos maiores defensores e intérpretes não só de Lopes-Graça, como do próprio repertório pianistico português…E isto uma semana depois de terminado o V Concurso Lopes-Graça – Disciplina de Piano.
António de Sousa

quinta-feira, 11 de março de 2010

Um Piano para esta Casa-Memória

Um pequeno piano, de acordo com a casa onde nasceu o compositor tomarense, acaba de ser adquirido pela Câmara Municipal de Tomar, para enriquecimento deste espaço memorial e sobretudo, para permitir uma diversificação das actividades que aqui se venham a desenvolver. O Piano foi, não só o instrumento musical de Lopes-Graça, como a ferramenta privilegiada no seu trabalho de compositor. Mais do que uma peça de mobiliário, este piano será factor de enriquecimento nas actividades de divulgação e evocação da vida e da obra do compositor,que aqui se realizam com regularidade.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

A Fotografia oficial do quinteto

A Divina Arte em tempo de mudança

Continua aberta esta primeira exposição de abordagem dá vida musical tomarense e respectiva interacção com o período de formação de Fernando Lopes-Graça.

O QUINTETO DO SALÃO- PARAÍSO
Primeira actividades musical remunerada

Em 1920, ainda com catorze anos de idade, Lopes-Graça integra o Quinteto do Salão Paraíso, agrupamento cuja vocação e função era o acompanhamento de filmes mudos, as Fitas de Arte, ali exibidas semanalmente, filmes que vinham de Lisboa numa caixa, mas sem partituras. Por essa razão foi preciso formar um agrupamento, com contrato com a empresa proprietária do Salão Paraíso, cuja função era a de garantirem um fundo sonoro para os filmes mudos ali exibidos com regularidade, para além de acompanharem artistas de variedades e abrilhantarem festas, sempre que necessário.
Este Quinteto do Salão Paraíso foi formado por músicos oriundos da Sociedade Banda Republicana Marcial Nabantina. Tal agrupamento era constituído pelo 1º violinista, Adolfo Prazeres, músico militar mas na reforma e leader do grupo (que iria para a Madeira em 1923), um 2º violino, Lúcio Aivado (um dos vários irmãos Aivados que tocaram na Nabantina....), pintor de profissão, um violoncelo, Mário de Aguiar, Maestro da Banda Nabantina e músico militar de profissão, um contrabaixo, Justino da Costa Graça, músico amador que participou na Orquestra Sinfónica Tomarense aos quais, finalmente, se juntou o ainda jovem Fernando Lopes da Graça, então aluno da D.Rita.
Os outros elementos do quinteto eram bastante mais velhos que Fernando Lopes... Chefes de família, na casa dos quarenta e cinquenta anos de idade e mais (como o caso do Prazeres...).
Com esta actividade no Quinteto, Fernando Lopes da Graça, ganha os seus primeiros ordenados que lhe permitirão, não só contribuir para pagar as suas lições de piano mas, inclusive, comprar uma grande corrente de ouro que exibe na fotografia que o próprio Quinteto tirou para sua publicidade própria.
A música executada pelo quinteto era essencialmente constituída por espécimes do repertório vulgar então mais em voga, sendo a escolha e selecção do mesmo da responsabilidade do chefe do grupo, o Adolfo Prazeres. Neste repertório, vulgar e quase que ligeiro devem-se incluir alguns trechos de ópera mais conhecidos, como Verdi, Rossini e Puccini, por exemplo. Era a Lopes-Graça que se requeriam e confiavam os arranjos necessários para esta formação.
Terão sido estes os seus primeiros trabalhos na área da composição (depoimento:92).
Depois da dissolução deste quinteto Fernando Lopes-Graça foi então convidado a continuar como pianista a solo, privativo daquela sala de espectáculos. Lopes-Graça aproveitou a oportunidade para introduzir um repertório progressivamente mais elaborado e modernista, onde incluiu obras de Claude Debussy ou dos compositores Russos de final de século XIX.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Concurso de Piano Lopes-Graça -14,15 e 16 de Maio

Fruto do entusiasmo de Olga Prats e da Associação Canto-Firme de Tomar, através da sua Escola de Música, desde 1999 que, de dois em dois anos, se realizam os Concursos de Piano Lopes-Graça. A sua realização passou por grandes dificuldades que só o empenho de pianistas como Miguel Henriques e Fausto Neves para além, obviamente, de Olga Prats, permitiram a sua sobrevivência. Através da elaboração de um Protocolo entre a Escola de Música Canto-Firme e a Casa Memória Lopes-Graça ficou estabelecido que a organização deste Concurso passasse para a Cãmara Muncipal de Tomar através da Casa Memória Lopes-Graça, com apoio técnico e logístico da Escola de Música Canto-Firme. Pretende-se com esta medida melhorar as condições de organização e garantir não só a periodicidade do concurso como o tempo de maturação e reflexão necessária à sua evolução. A edição de 2010 será a primeira edição organizada nestas novas condições e espera-se que a mesma possa corresponder às novas espectativas criadas.

Casa memória organiza concurso de piano

PROJECTO PARA O CONCURSO LOPES-GRAÇA
- DISCIPLINA DE PIANO - 2010
Tomar, 14, 15 e 16 de Maio


1. Objectivos Gerais do Concurso

• Incentivar alunos e professores da Rede Nacional de Ensino Artístico, para a prática do repertório para piano de Fernando Lopes - Graça;

• Incentivar professores e alunos da Rede Nacional de Ensino Artístico, para a pesquisa e estudo de obras de compositores portugueses;

• Evocar Lopes - Graça na sua cidade natal.

2. Participantes

Alunos do Ensino Vocacional Especializado, Técnico-Artístico e Ensino Superior de Piano.

Nível Básico – Escalão A – Alunos dos 10 aos 11 anos
Escalão B – Alunos dos 12 aos 14 anos

Nível Médio – Alunos com frequência do 5º ao 8º Grau do Ensino Vocacional
Especializado ou do 9º ao 12º ano do Ensino Técnico-Artístico.

Nível Superior – Frequência do Curso Superior de Piano

3.Programa a apresentar

I.Nível Básico A

Eliminatória

J.S. Bach- (Ed, Urtext )- Uma obra a escolher entre:
O Livro de Ana Magdalena Bach, 23 Peças Fáceis, Pequenos Prelúdios e Fugas.


F.Lopes-Graça – uma ou mais obras a escolher entre:
O Livro das Crianças-
Álbum do Jovem Pianista : Prelúdio, Coral, Rondel, Acalanto , Folha de Álbum, , Cantiga de Roda, Bailata, Melodia Distante,.


Final

Sonatina completa
Compositores Portugueses: uma ou mais obras da listagem que perfaçam até 13 minutos
I.Nível Básico B

Eliminatória

J.S. Bach- (Ed, Urtext )- Uma obra a escolher entre:
Invenção a duas vozes ou tres vozes.


F.Lopes-Graça – uma ou mais obras a escolher entre:
Álbum do Jovem Pianista : Repouso, Exercício de Harmonia, Pequeno Passeio Matinal, Canção sem Palavras, Chula, As Terceirinhas do Padre Inácio, Canto de Alva, Canto dos Pequenos Pedintes p’los Santos, Alla Bartók, Espanholita .

Danças Breves : I , II e IV


Final

Sonata completa
Compositores Portugueses: uma ou mais obras da listagem que perfaçam até 13 minutos.



II. Nível Médio

Eliminatória

J.S. Bach (Ed. Urtext) - 1 Invenção a três vozes ou 1 Prelúdio e Fuga do “Cravo Bem Temperado” (1º e 2º Caderno)

F. Lopes-Graça – uma obra a escolher entre:
• Álbum do Jovem Pianista: Chula, As Terceirinhas do Padre Inácio e Canto de Alva (as três constituem uma obra).
• Canto dos Pequenos Pedintes p’los Santos, Alla Bartok e A Espanholita (as três constituem uma obra).
• Passo Trocado, Pequena Contenda em forma de Tocata e Jornada Gloriosa (as três constituem uma obra)
• Três Epitáfios
• Danças Breves: III, V, VII, VIII , IX
• Suite nº 1 em homenagem a Bartok
• Suite nº 2 em homenagem a Bartok
• Suite nº 3 em homenagem a Bartok
• Ao fio dos anos e das horas 1, 3, 14 (as três constituem uma obra)
• Glosas sobre Canções Tradicionais Portuguesas nº 1, 7, 9 (as três constituem uma obra)
• Sonatina Recuperada nº1
• Sonatina Recuperada nº2
• Três Velhos Fandangos Portugueses
• Cinco Nocturnos
Final

Sonata completa (Ed. Peters) – Haydn, Mozart ou Beethoven

Compositores Portugueses: uma ou mais obras da listagem que perfaçam até 15 minutos.


III. Nível Superior

Eliminatória:

J.S.Bach- (Ed. Urtext) -Uma obra a escolher entre:
Prelúdios e Fugas do Cravo Bem Temperado( 1º e 2º Caderno), Suite Inglesas, Partitas, Suites Francesas, Toccatas, Concerto Italiano, Fantasia Cromatica e Fuga..

F.Lopes-Graça: uma obra a escolher entre:
Preludio Canção e Dança
Glosas sobre Canções Tradicionais Portuguesas nº3,5,8,11 ( as quatro constituem uma obra)
Ao fio dos Anos e das Horas nº 7, 8, 9, 15 (as quatro constituem uma obra)
Variações sobre um Tema Popular Português
Suite em homenagem a Bartok nº6
Suite em homenagem a Bartok nº7
Sonatas nº 1 , nº 2 ou nº3

Final
Sonata completa (Ed. Peters) - Haydn, Mozart ou Beethoven

Compositores Portugueses: uma ou mais obras da listagem que perfaçam até 20 minutos.

Observações

Todas as provas serão públicas.
A organização reserva-se o direito de registar imagens e/ou som de qualquer prova.
As provas deverão ser executadas de memória.
Se o Júri considerar conveniente poderá solicitar, em cada prova, que se execute de novo todas ou alguma das obras apresentadas.

4.Inscrição

As inscrições decorrerão até 23 de Abril de 2010.
Os participantes deverão enviar:
Boletim de inscrição preenchido;
Cheque no valor de 40 Euros, em nome de Câmara Municipal de Tomar;
Fotocópia do Bilhete de Identidade;
Fotografia tipo passe;
Documento comprovativo das habilitações (para o nível Médio e Superior).


5. Constituição do Júri e Organização do Concurso

Presidente e Directora Artística: Olga Prats.
Vogais: Miguel Henriques, Fausto Neves; Jaime Mota
Secretária Geral do Júri: Gláucia Leal.

Coordenador: António Luís Linhares Corvelo de Sousa
Auxiliar de Coordenação: Célia Carrasquinha

6. Concurso

A ordem de apresentação dos concorrentes será sorteada previamente.
Haverá pianos para estudo.
As eliminatórias e finais serão realizadas nos dias 14 a 16 de Maio de 2010.

No dia 16 de Maio realiza-se o Concerto dos Laureados (com programa a escolher pelo Júri) seguindo-se a distribuição dos Diplomas e Prémios.


7. Prémios

Nível Básico: A e B : Ofertas diversas de lojas de música.

Nível Médio: Primeiro Prémio: 800 Euros
Segundo Prémio: 400 Euros

Nível Superior: Primeiro Prémio: 1000 Euros
Segundo Prémio: 500 Euros

Melhor Intérprete de Lopes-Graça: 250 euros

O Primeiro Prémio não pode ser atribuído ex-aequo.
O Segundo Prémio não pode ser atribuído ex-aequo.

O Júri pode atribuir Menções Honrosas.
Serão atribuídos diplomas de Finalista.

Não poderão concorrer ao mesmo Nível os vencedores de edições anteriores deste Concurso.

8. Disposições Finais

O Júri pode suspender uma prova caso entenda que o concorrente não se encontra preparado.
As decisões do Júri são soberanas e delas não haverá recurso.
Todos os casos omissos no presente regulamento serão resolvidos de acordo com a organização deste Concurso.




Listagem de obras de Compositores Portugueses


Nível Básico A E B

Armando José Fernandes – Prelúdios 1 e 4.
António Fragoso – Três Peças do séc. XVIII
Canção e Dança Portuguesa
Dança Popular
Botelho Leitão – Arabesco, Adormecendo a Boneca (do Álbum para as crianças)
Carlos Seixas – Toccatas
Cláudio Carneiro - Paciências de Ana Maria (cada duas perfazem uma obra)
Constança Capdeville – Caixinha de Música
Frederico de Freitas – O Livro de Maria Frederica
Hernani Torres – Le Fileuse
Luís de Freitas Branco- Prelúdios
Tomás Borba – Folha de Álbum
Sérgio Azevedo - Bicharada op.26
Ludus op.29 - nºs 4, 5, 7, 9, 12, 14.

Nível Médio

António Vitorino de Almeida: Prelúdios nº 1, 3, 5
António Fragoso: Prelúdios nº2, 3, 4, 5, 6.
Armando José Fernandes: Prelúdios 2, 3, 4.
Cláudio Carneiro: Pavana – Minuete.
Fernando Correia de Oliveira - Estudo VII (dos "Estudos de Pequena Virtuosidade") (ed. Parnaso, Porto)
Francisco Lacerda: Papillons.
Frederico de Freitas: Dança para Piano.
Ciranda (ed. Schott)
Jorge Cronner de Vasconcellos: Três Tocatas a Carlos Seixas.
Scherzo
Luiz Costa: Roda o Vento nas Searas, Conto de Fadas, Prelúdio 2, 5, 7.
Cachoeiras da Serra (ed.Sassetti)
Luiz de Freitas Branco: Duas Danças, Prelúdios 1, 4, 7, 9, 11.
Óscar da Silva: Imagens opus 6 nº1 e nº 2 (perfazem uma obra).
Rey Colaço: Canção do Mondego, Fado nº 6, Canto Flamengo.
Sérgio Azevedo: 5 Peças Rústicas, 5 Retratos, IVa Sonatina Piccola.
Viana da Mota: Cenas Portuguesas- Chula, Valsa Caprichosa.


Nível Superior

António Vitorino de Almeida: Sonatina nº1, Tema e Variações op.1, Prelúdios nº9, 11 e 12 (os três perfazem uma obra).
António Fragoso: Prelúdios nº 1 e nº 7 (perfazem uma obra).
Armando José Fernandes: Cinco Prelúdios (perfazem uma obra).
Berta Alves de Sousa - Três Prelúdios (ed. Fermata, Porto)
Cláudio Carneiro: Jogos Florais.
Eduardo Patriarca - Três Mantras e Meditação (ed.AVA)
Filipe Pires - Três Bagatelas 0p.1
- Partita
Filipe de Sousa: Sonatina nº 1, Sonatina nº 2.

Francisco Lacerda: Sonatina.
João Pedro Oliveira - Pirâmides de Cristal (ed.Câmara de Matosinhos/Oficina Musical)

Jorge Cronner de Vasconcellos: Partita.
Jorge Peixinho: In folio. Para Constança.
Luís de Freitas Branco: Mirage ( as duas perfazem uma obra), Prelúdios (dos 15 dedicados a Viana da Mota), nº 2, 3, 5 e 6 (perfazem uma obra) e nº 8, 10 e 12 (perfazem uma obra).
Maria de Lurdes Martins: Grotesca.
Óscar da Silva: Imagem opus 6 nº 3, 4 e 5 (perfazem uma obra).
Viana da Mota: Cenas Portuguesas- Cantiga de Amor, Balada, Chula.
Sergio Azevedo: 24 Bagatelas.


9. Das obras a concurso

A organização poderá facultar as obras que o concorrente pretende apresentar a concurso, nas seguintes condições:

. Mediante a inscrição prévia no concurso;

. Mediante o envio de cheque no valor de 25 euros, acompanhado do título das obras que o aluno pretende apresentar no concurso. Neste caso, o valor entregue não será devolvido caso o interessado não concretize a inscrição.